terça-feira, 22 de março de 2016

Pega na tua cruz e segue-Me!


Pega na tua cruz e segue-Me[1]




Jesus Cristo por várias vezes[2] referiu esta, como sendo a condição principal para O seguir, antecipando assim a Sua própria cruz que viria a ocorrer algum tempo depois.
Obviamente que Jesus não disse isso no sentido estrito da palavra, isto é, não se referia a uma cruz física e idêntica há d`Ele ou das demais pessoas que eram crucificadas naquele tempo. A cruz que Ele se referia, quanto muito seria idêntica, mas num sentido figurativo, num sentido de obediência a Deus acima de todas as coisas e a sofrer para alcançar a ressurreição e a vida eterna. Não o sofrimento que Ele passou por todos nós, porque esse é humanamente impossível, mas sim aquele sofrimento que passamos por Amor a Ele, muitas vezes doloroso, outras tantas penoso e quantas vezes angustiante. Se realmente amarmos Deus, esse sofrimento é tudo menos a enorme carga negativa que essa palavra comporta, que essa palavra nos leva a pensar e sentir. Tantos santos e santas que sofreram mais do que nós, no entanto, das suas bocas só saíram palavras de amor, de afeto e paixão, por Deus nosso Senhor, mesmo no momento da morte, muitas vezes dolorosa. Deus convida-nos constantemente a sermos santos, no entanto, começando por mim, continuamos a não ama-lO o suficiente para que esse sofrimento da cruz, seja tudo menos o sofrimento, como quase constantemente vamos dizendo. Mas como não cairmos nessa tentação, se tantas vezes que em redor de nós são só Domingos de Ramos e assim que podem gritam a Pilatos “-Crucifica-o!”, enquanto vemos inúmeros Barrabáses continuarem a serem tidos como heróis e inocentes?

A cruz com que Ele quer que O sigamos, é idênticaSua, feita de pequenos pedaços de madeira, vulgarmente designados como adversidades, contratempos, injustiças, problemas, desgraças, fatalidades e demais sinónimos possíveis e torna-los, não como espinhos da alma, mas como eventualidades, sucessos, equidades, soluções, graças e otimismos quais rosas no coração. É pegarmos nessa cruz bendita e ainda que muitas vezes sintamos que quase se torna insuportável o seu peso, ao obedecermos a Deus acima de todas as coisas, ela tornar-se-á leve como as asas de um anjo. Apesar de serem muito bonitas estas palavras sentidas no momento em que as escrevo, não é fácil torna-las definitivas de uma vez só, não é nada fácil substituir a componente negativa do sofrimento por algo como, alegria, felicidade e regozijo.

Sinto que se tivermos uma atitude semelhante a Maria, conservando todas estas coisas e ponderando-as nos nossos corações[3], conseguimos carregar a nossa cruz, não como sofrimento mas sim como O caminho, A verdade e A vida[4] até ao derradeiro dia.

Seja sempre Louvada a Sagrada Vida, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Paulo Roldão
(um irmão romeiro, como os demais)
20 de março de 2016



[1]      Mt 16,24
[2]      Lc 9, 23; Mc 8,34 e Jo 12,25
[3]     Lc 2,19
[4]     Jo 14,6

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