domingo, 20 de abril de 2014

Ressuscitou



“Porque buscais o Vivente entre os mortos? Não está aqui; ressuscitou!”[1]
Olhando para a fotografia acima, utilizada no cartaz desta romaria, foi a primeira passagem bíblica que me ocorreu ao contempla-la demoradamente.
Tudo aquilo que usamos (como romeiros) encaminha-nos para Ele. Xaile, lenço, cevadeira e o bordão, para além do simbolismo que cada um desses elementos nos invoca, transpiram igualmente (metaforicamente falado) Jesus e a Sua Paixão.
“Inclinou-se para observar e reparou que os panos de linho estavam espalmados no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no túmulo e ficou admirado ao ver os panos de linho espalmados no chão ao passo que o lenço que tivera em volta da cabeça não estava espalmado no chão juntamente com os panos de linho, mas de outro modo, enrolado noutra posição.[2]
Esta passagem, também patente na fotografia, iluminou-me a alma. Realmente Jesus não está aqui, porque a pedra que tapava o túmulo foi retirada[3] por um anjo do Senhor.[4]
O verde do chão transporta-me para algum tempo antes da Sua prisão, para os momentos agonizantes[5] no Getsémani. Este nome, que apareceu no grego original dos Evangelhos (Mateus 26:3 e Marcos 14:32) deriva do aramaico que significa lagar de azeite. A escolha deste local trazia com exatidão o que Lhe iria acontecer. Na crucificação, iria ser sacrificado e esmagado como uma azeitona, para que todos nós pudéssemos receber o Espírito Santo nos nossos corações.
Com fé e esperança aceitemos que Jesus Ressuscitado entre nas nossas vidas, acolhendo-O como amigo, com confiança: Ele é a vida![6]  Não nos fechemos em nós mesmos, não percamos a confiança, nem nos demos jamais por vencidos, porque não há situações que Deus não possa mudar, nem pecado que não possa perdoar.[7]
Como romeiros, sentimos profundamente a Sagrada Vida, Paixão e Morte de nosso Senhor Jesus Cristo, no entanto, a Páscoa (a Ressurreição) está sempre presente como fim das nossas vidas, esperando em silêncio a salvação do Senhor.[8].


Paulo Roldão
(Um irmão romeiro, como os demais)




[1] Lc 24,5
[2] Jo 20, 5-7
[3] Jo 20,1
[4] Mt 28,2
[5] Lc 22,44
[6] Homilia da Vigília Pascal, 30/III/2013
[7] Carta dirigida ao rancho pelo Santo Padre
[8] Lm 3, 17.21-23.26

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