terça-feira, 6 de julho de 2010

NÃO VALEMOS MAIS QUE UM PARDAL?

"Á cerca de três para quatro anos compreendi porque Nossa Senhora recomendou aos três pastorinhos de Fátima que recitassem o rosário todos os dias sem desfalecimentos, sem hesitações e sem desculpas. Até aquela altura tinha muita dificuldade de o fazer porque me distraia e dispersava, enfim comportamentos semelhantes a tantos irmãos nossos. Nossa Senhora não iria pedir algo que não fosse importante para nós, e em que medida e profundidade?
NOSSO SENHOR NOSSO PAI é uma “pessoa” de um amor infinito, não tem explicação, nada existe abaixo do Sol capaz de medir o amor que Ele nutre por nós, e por muito que o reconheçamos fazemos só uma pequena ideia e, quando essa ideia é perceptível que alegria nos causa e que ressonâncias provocam no nosso coração, só quem já sentiu o poderá testemunhar.

“Certo dia o SENHOR chamou o Anjo Gabriel e disse-lhe:
· Gabriel, vai a casa de Maria a Nazaré e diz-lhe que Ela achou graça ao meu coração e, que é no seu ventre sagrado que irá nascer o Meu Filho muito amado.
O Anjo Gabriel foi transmitir a Sagrada mensagem do SENHOR.”

Ora quando medito nesta passagem, e digo esta parte da Avé Maria estou a repetir as palavras do Anjo Gabriel, como se o Senhor me houvesse chamado e incumbido da mesma tarefa.
Eu, pecador confesso sou porta-voz do Senhor no anúncio do nascimento de Jesus. Os Irmãos já pensaram nisso? Parem e meditem no profundo conteúdo das palavras e do seu transcendente significado.

O Romeiro é um homem de oração, (é o que as pessoas pensam umas para as outras sempre que nos vêem passar pelos caminhos da nossa Ilha) assumindo o Rosário como sua oração principal e fazem-no publicamente a plenos pulmões sem qualquer vestígio de respeito humano. E nos outros 360 dias que compõem o ano qual é a relação que temos com o Rosário, continuamos a recitá-lo diariamente embalados pelas muitas graças recebidas na romaria ou arrumamo-lo distraidamente?
Depois da descoberta feita há um par de anos com o significado daquelas palavras não vejo nem a hora nem o momento para o recitá-las porque quero sentir a ressonância das palavras que o Senhor me faz sentir com o anúncio a Maria.

E o Senhor pacientemente espera a nossa oração, o nosso encontro, valemos muito para Ele, somos de uma importância inimaginável.

Olhem os pássaros que esvoaçam despreocupadamente pelos ares, esses passarinhos não são como nós.
Para comermos um pedaço de pão, necessitamos de semear, ceifar, debulhar… Os pássaros não semeiam, não ceifam nem debulham, e no entanto nenhum deles morre de fome, quem os alimenta? O Pai os alimenta todos os dias. Quanto acham que vale um passarinho desses no mercado? Dois euros.
Agora se o PAI se preocupa em alimentar diariamente os pássaros que esvoaçam à nossa beira, já pensaram os Irmãos o que não fará por nós homens de pouca fé. Não valemos mais que um pardal?"

Um excelente artigo escrito pelo nosso irmão J. Dinis

1 comentário:

Paulo disse...

Mais um artigo pensado, meditado e com muito valor, escrito pelo nosso irmão J. Dinis. Realmente (começando por mim), alguns dias do ano esqueço-me de rezar, quando deveria ser como quem come, dorme ou fala, isto é, todos os dias. Na verdade, perante Deus, como seus filhos que somos, valemos muito mais que um pardal (em sentido figurativo) e como tal, nós mais que nenhuma outra criatura de Deus, devemos louva-lO e sentir "sentir a ressonância das palavras que o Senhor me faz sentir com o anúncio a Maria."