sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tomé e outros seguidores

"Está na moda, em certos meios sociais, sobretudo, em algumas ditas “elites”, não sei de quê, afirmarem-se como agnósticas ou ateias. É um fenómeno transversal, muitas vezes ligado a correntes de pensamento, que no século passado e, ainda hoje oprimiram milhões de pessoas, atirando-as para os campos de concentração, “goulagues” ou “cortinas de bambu”.
Numa globalização, onde imperam interesses de grupos económicos de um liberalismo selvagem, feito “bezerro de ouro”, até de sistemas políticos e sociais, como os novos impérios emergentes, sobretudo da Ásia, tudo é possível, menos a autêntica liberdade religiosa, onde os fiéis possam exprimir a sua fé.
Nem falamos, propriamente, dos chamados “cristãos de São Tomé”, que a Epopeia dos portugueses encontrou na Índia das Especiarias. Hoje, também eles a braços com fanatismos, que os perseguem em certos estados daquela, que alguns designam como a maior democracia do mundo, apesar das suas milhentas castas.
Evidentemente, que São Tomé precedeu os que hoje se afirmam de descrentes, à espera de apalparem provas materiais, como se tudo pudesse ser visto ao microscópio ou ao telescópio: “ Se não vir a marca dos pregos nas mãos de Jesus, se não colocar o meu dedo na marca dos pregos e se não meter a mão no Seu lado, não acreditarei”.
Muitas vezes cegos, pela novidade, pelo sucesso ou, por uma outra qualquer presunção, perfilam-se os candidatos a serem incensados, à boa maneira dos “imperadores–deuses”
do Império Romano, que fizeram milhares de mártires da Fé, entre os discípulos de Cristo, nomeadamente os Apóstolos Pedro e Paulo, a quem continuam a crucificar em nossos dias.
Até que “uma semana depois, os discípulos estavam reunidos. Desta vez, Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Chega aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e mete-a no Meu Lado. Não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu a Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!». (Confira João 20, 24-29).
O orgulho de muitos, o “politicamente correcto”, leva a que muitos, mesmo que tenham descoberto as Chagas de Cristo, de cujo crucifixo, têm mais medo do que o diabo, não abram a boca e confessem o mesmo que Tomé: «Meu Senhor e meu Deus!».
Para os que passam por semelhante experiência, Jesus diz o mesmo: «Acreditaste porque viste. Felizes os que acreditam sem terem visto». É ocasião de te interrogares sobre a tua Fé. De que lado te colocas. Ou vais fugir como os Discípulos de Emaús?"
Artigo publicado no Jornal "A União" de ontem da autoria do Padre Dolores

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