quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

As romarias são como os cogumelos

"A que sabem os cogumelos se as papilas gustativas não detectam qualquer sabor ou paladar específico, se aparentemente, não têm sabor ou se o têm, é tudo menos isso, é tudo menos sabor?
Será porque o verdadeiro sabor que realmente possui só é apreciado e degustado no subconsciente de cada um?
Será porque são apenas e tão só uns meros fungos que se multiplicam em condições especiais e peculiares?
Três perguntas que ficam no ar para os que apreciam cogumelos mas, três perguntas que tentarei responder como romeiro (no individual), humilde e pecador mas seguidor de Cristo.

Tal como os cogumelos, também as romarias não têm um sabor específico ou um paladar definido que se possa traduzir em palavras ou expressões perceptíveis a quem nunca viveu a experiência de uma romaria. Apenas poderei dizer como Mem “Como são doces, ao meu paladar, as tuas palavras! Mais doces do que o mel para a minha boca” cf Sl 119,103

Tal como os cogumelos, também as romarias tem um verdadeiro sabor, mas esse sabor só é apreciado e degustado dentro da alma de cada um, como o sal por exemplo, onde cada um de nós é que sabe a sua medida. Nós todos somos o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. cf Mt 5,13
Tal como os cogumelos, também as romarias vão trazendo (ano após ano) novos irmãos nestas ilhas com condições especiais e peculiares. Atrevo-me a dizer “especiais” porque são ilhas no meio do Atlântico e “peculiares” porque cada uma das nove ilhas do Arquipélago tem particularidades únicas. E com Maria, mãe de Deus feito Homem, todos unidos pelo mesmo sentimento, entregamo-nos assiduamente à oração, como irmãos que somos. cf Act 1,14"
Artigo publicado no Jornal "A União" no passado dia 7 do corrente.

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