segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Artigo antigo mas que vem a propósito...


Quando terminou a Romaria de Nossa Senhora da Conceição no passado Domingo foi agendada uma reunião de análise e prospectiva para a passada terça feira no salão paroquial daquela Igreja.Não faltou nenhum dos romeiros para além do “nosso irmão” de São Miguel que, naturalmente, teve de regressar à sua ilha. Éramos vinte e quatro e desta vez todos fizeram a análise e prospectiva da primeira romaria da Ilha Terceira desde que acabaram há cento e cinquenta anos.
Todos foram unânimes na revolução interior e exterior que a romaria produziu. Em cada um de nós criou-se um novo espaço para a mensagem de Jesus Cristo por intercessão de Nossa Senhora. Para o exterior registaram-se com agrado os testemunhos de simpatia e sintonia entre os romeiros, as suas famílias e o povo da Ilha Terceira.
Um dos pontos positivos mais importantes foi a estreita ligação entre o seminal movimento dos romeiros da Ilha Terceira e o clero da ilha. Primeiro porque foi o Padre Francisco Dolores que estimulou e orientou a criação do rancho de romeiros. Segundo porque foi o diácono Dinis Silveira que acompanhou com entusiasmo a romaria. Finalmente porque foram os párocos das diversas paróquias por onde a romaria passou que esclareceram as pessoas da passagem da romaria e mobilizaram a hospitalidade de que qualquer movimento nómada carece.
Também foi muito boa a liderança do mestre, Hélder Ávila, e do contramestre, Dinis Silveira de acordo com as opiniões de todos. E dá algum trabalho essas funções de orientação espiritual e logística do rancho. Na parte espiritual foi necessário organizar o pequeno livro que nos servia de cábula nas orações de entrada, estada e saída das igrejas e ermidas, preparar e expor as reflexões para cada dia, e mobilizar e coordenar a participação de cada um nas reuniões de partilha que se foram fazendo. Na parte logística foi importante escolher os caminhos e os seus tempos, orientar as ofertas de dormidas e de refeições e perceber a dinâmica do rancho para marcar os descansos e os andamentos.
Alguns dos romeiros que foram de opinião que cada um deveria levar a sua saca com comida para os vários dias de romaria e não planear ou aceitar as dádivas de refeições que foram chovendo ao longo do percurso.
Segundo eles isso permitia uma caminhada mais pessoal e recolhida. No entanto não foi isso que aconteceu pois a lógica de pôr tudo em comum e de organizar as refeições com algum planeamento acabou por resultar em refeições à mesa, majestosamente servidas pelos diversos dadores.
Se houve aspectos que podem e devem ser corrigidos são os relacionados com a caminhada. Pensámos mal quando julgámos que a volta às ermidas e igrejas da Ilha Terceira se poderia fazer em quatro dias. Para cento e cinquenta quilómetros e mais de cem igrejas e ermidas, onde de reza durante um quarto de hora, são necessários cinco dias. E se quisermos visitar algumas ermidas do mato valerá a pena chegar aos seis dias.
Mas o importante foi aquilo que ficou pensado para o futuro. A próxima reunião será no dia 18 de Abril no Centro Paroquial da Igreja da Conceição às 20 horas. E para essa reunião deverão ir todos os romeiros e também aqueles que querem integrar uma nova romaria no próximo ano. O repto já foi lançado para o Ramo Grande mas todos ficaram com a ideia de que é possível atingir cinco ou seis ranchos de romeiros na Ilha Terceira dentro de pouco tempo. Também de falou na participação dos romeiros nas peregrinações ao Santuário da Serreta e no apoio ao lançamento das romarias em outras paragens certamente com o suporte dos irmãos mais experientes de São Miguel. São Jorge, Pico e Faial justificam uma retoma das romarias e também o Continente Português precisa ouvir mais as Ave Marias dos Romeiros dos Açores nos caminhos para Fátima.
22/03/2007 - 17:32
Fonte: A União (http://www.auniao.com/)

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